domingo, dezembro 03, 2006

A luminosidade da princesa das águas

A luminosidade da princesa das águas, Lambari

Uma das pérolas do Sul de Minas, a estância hidromineral de Lambari forma com as suas estâncias vizinhas, a bacia conhecida como "Circuito das Águas". Distante 30 quilômetros de Cambuquira, 57, de Caxambu e 51, de São Lourenço, localiza-se a uma altitude de 896 m, em área de 223 Km², e cercada pelas Serras das Águas, Santa Catarina e Serrado. A aprazível cidade de Lambari tem na qualidade de suas águas, a virtuosidade de seu turismo. Tal qual as suas co-irmãs cujas origens remontam aos arredores de minas d’água, a famosa estância de Lambari talvez seja a cidade com as mais repletas e numerosas fontes naturais: fortemente gasosa (excelente para os rins, vesícula, tratamento de pele, eczemas e úlceras); alcalina (usada para estômago e intestino, aumentando o apetite); magnesiana (usada para o tratamento do fígado, nas congestões hepáticas e nas cirroses); potável, mineral e natural (ótimas para convalescentes, induzem à exaltação do metabolismo); ferruginosa (ligeiramente gasosa, ação vasodilatadora e hipotensiva) e picante (ação diurética, nos casos de intoxicação endógena e exógena). Lambari teve a primeira de suas fontes descoberta em 1780 por um caboclo de nome Tancredo, capataz de uma fazenda do município de Campanha. Ele cavalgava pela região quando descobriu um riacho e uma pequena fonte de onde brotava uma água com sabor diferente. Encheu um bornal e levou para a sua noiva Cecília, que se encontrava doente. Por insistência do noivo, bebeu da tal água, e apresentou melhoras sensíveis. O pai de Cecília, animado pelo acontecimento, resolveu trazer a filha consigo até a fonte, onde ela bebeu da água durante 20 dias e alcançou a cura completa. Com autorização dos donos das terras, e em forma de agradecimento ao pai de Cecília, construiu-se ali uma Capela denominada de Nossa Senhora da Saúde, onde se realizou o casamento de Cecília com Tancredo, que viveram felizes até o fim de seus dias. Outro evento contado por historiadores é o de que alguns caçadores amigos de Antônio de Araújo Dantas – então dono da fazenda – descobriram a tal fonte de águas borbulhantes.Em 1826 os poderes públicos da então Vila da Campanha do Rio Verde, começaram a se interessar pela existência da nascente. Em 1831 foram comprados 12 alqueires de terras para a formação de um núcleo populacional em decorrência da procura das Águas Virtuosas. A partir deste ano, o nome da cidade passou a ser chamada de Lambari, em alusão à sua posição geográfica, conhecida na época como "Região do Lambari".Em agosto de 1868, recebeu a visita real da Princesa Isabel e de seu marido o Conde D´Eu, que vieram à procura das águas virtuosas devido à dificuldade que a Princesa vinha encontrando em ‘dar’ um herdeiro à Coroa. Permaneceram em Lambari por quatro meses. Após seu regresso à Corte, nove meses depois, nascia o primogênito D. Pedro do Grão Pará. Lambari conseguiria a sua emancipação política e administrativa em 16 de setembro de 1901. Cidade agradável, com atrativos de lazer como o prédio do Cassino (que funcionou com tal por apenas um dia) e o Parque Novo (Parque Wenceslau Brás), inaugurado em 24 de março de 1911 – a cidade faz jus à fama real, e é presença obrigatória em qualquer roteiro de viagem em direção às estâncias hidrominerais. (JZM)

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