domingo, dezembro 03, 2006

Sabiam disso???

Em Minas, indústrias de aço inox despertam para a cooperação



Menos de um ano depois de reunirem-se pela primeira vez para discutir crescimento conjunto, as empresas de equipamentos em aço inox de Lambari, no sul de Minas, mostram que aprenderam a lição da cooperação. Diminuição de custos com transporte e matéria-prima são alguns dos benefícios que o grupo de dez empresários agora podem transformar em competitividade. “A cidade tinha várias empresas, mas uma não conversava com a outra. Quando fizemos uma proposta de trabalho do setor eles assumiram o compromisso e hoje são um grupo coeso”, observa a coordenadora estadual do projeto, Débora Rabelo. A iniciativa, que leva o nome de ‘Projeto Aço Inox na região de Lambari’, pretende diminuir os custos das dez empresas de equipamentos em aço inox, em 11%, e aumentar as vendas, em 10%, até o fim de 2007. Hoje as indústrias atuam juntas em momentos estratégicos e por iniciativa própria. “Negociando com uma transportadora que trazia matéria-prima para Lambari conseguimos cortar pela metade o custo do transporte”, comemora o empresário Elson Teixeira. A economia alcançada com a primeira entrega conjunta animou os empresários para outras ações comuns, com a negociação com um fornecedor de peças. Desta vez, a economia foi de 25%. “O projeto deu o empurrão e a gente embalou”, diz Elson Teixeira. Juntos e com o apoio do Sebrae eles também já conseguiram do Banco Bradesco linhas de crédito especiais. O espírito de cooperação fez com que as indústrias dividissem até clientes. “Quando estou com muitos pedidos, entro em contato com outra empresa para me ajudarem. O importante é que a encomenda não sai mais de Lambari”, ensina Elson. O entusiasmo vem dos resultados e da juventude do administrador de apenas 26 anos. “O mercado não é mais o mesmo de 20 anos atrás. O empresário cabeça dura pode até sobreviver, mas fica difícil crescer se não tiver união”, acredita o jovem empreendedor. Elson faz parte de uma segunda geração de empresários do aço inox na cidade e comanda com sucesso, junto com o irmão, os negócios iniciados pelo pai. “Eu e meu irmão brincamos com sucata de inox. Aprendi muito e não cometo os mesmos erros”, diz. Para Débora Rabelo o arrojo dos novos é uma vantagem. “As empresas têm crescido bastante”, afirma. A empresa de Elson hoje fatura 12 vezes mais que há cinco anos. O número de funcionários aumentou de quatro para 30 e a modernização do maquinário também garantiu maior produção. “Começamos como todos, com equipamentos para laticínios. Depois expandimos para as áreas química e hidromineral. Agora estamos entrando no setor de cosméticos e vamos abrir uma empresa para fabricar móveis em inox”, conta o empresário. A diversificação livrou a empresa da concorrência excessiva, já que são poucas as empresas brasileiras que fabricam equipamentos para mineração de água, por exemplo. Aumentar o leque de produtos também ajudou a diminuir o impacto das flutuações do mercado. “Há poucos anos o ramo de laticínio estava em crise e a demanda diminuiu. Agora já melhorou de novo”, relata Teixeira. “O grupo cresceu bastante desde o começo do projeto, que não tem nem um ano”, avalia Débora Rabelo. Em 2005 a organização da produção e a gestão financeira receberam o apoio de consultores especializados. “Eles vão às empresas, orientam e passam tarefas para serem realizadas. Quem efetivamente aplica as orientações é o empresário”, explica a coordenadora do projeto. Para este ano as consultorias continuam e o grupo também vai participar de feiras, uma oportunidade de ampliar mercado.

Agencia Sebrae de Notícias 03/Maio/2006

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