Lambari recebeu no final do século XIX a migração de mais de 40 famílias italianas , em sua maioria quase absoluta, vinda da comune de Latronico , Província de Potenza , na Região da Basilicata , Sul da Itália. As famílias que migraram para Águas Virtuosas no final do século XIX e início do século XX são : BIAZO, BELONI, BONGIORNI, BIANGULI, CONTI, CARELLI, EOLI, COLI, CERROTA, CARLINI, DOTTI, DE PAULA, DE MARCO, DE LORENZO, GESUALDI, GRANDINETTI, GIACÓIA, GIOVANINI, GREGATTI, GONELI, IENO, IELPO , LOFIEGO, LÉO, LAMBERTI, LORENZO, MILEO , MANES, MARZANO, MANDARANO, METIDIERI, MAGALDI, GRECO, PESTILI – PONSO – PATIA, PAPANDRÉIA, RAIMUNDI, RAMBALDI, ROSATTI, SILVESTRINI, SERRUTI, SANTORO, SINFOROSO, SGARB, TUCCI e VIOLA . Um dos imigrantes mais antigos de Lambari - ao lado de Miguel de Lorenzo, Egidio e Rosario Mileo - foi patriarca o Francesco Grandinetti e sua mulher Teresa Giacóia , que vieram em1886 e 1888 respectivamente. Foi nessa época que também chegou outro patriarca, o primeiro dos VIOLA , Emmanuel Viola , o irmão mais velho de uma família de sete irmãos: Vicente, Salvatore, Carlutti, Luiggi, Antonio e Egidia , esta chegou a ficar em Lambari por algum tempo, mas depois voltou para Latronico, onde morreu em 1949 . Emmanuel - o tio Manoel, como ficou conhecido - era pai do Amedeo Viola , um dos lambarienses mais ilustres de seu tempo, próspero comerciante, chefe de uma grande família, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lambari , por mais de três décadas Os italianos geralmente eram sapateiros, marceneiros ou mestre de obras. A imigração era incentivada por conterrâneos que vinham na frente. O grande mercado de trabalho era a Estrada de Ferro , em construção, onde havia espaço para mão de obra vinda de fora . Vamos fazer a América - expressão que ficou famosa - era a justificativa dos imigrantes quando se despediam.. Os italianos eram trabalhadores e cumpridores de seus deveres . Gostavam de festejar o dia de Santo Egidio (1º de setembro) , padroeiro de Latronico , com muito vinho. No dia de Santo Egidio , regozijavam-se a noite inteira, comendo e bebendo vinho em meio à geada, com o frio abaixo de zero, comum naquela época. Eram sentimentais e amargavam, via de regra, uma grande saudade de seus parentes deixados na Itália , que nessa época - final do século XIX - era sacudida por uma brutal recessão, com analfabetismo, desemprego e muita desesperança, após a criação do Reino Ùnico , fruto da unificação de ducados , principados e reinados independentes. Em virtude dessa derradeira causa social que abalava o País, hoje o Brasil tem 25 milhões de descendentes de italianos, o que torna a Itália um país tão irmão quanto Portugal. Pena que essa parte importante da história de Lambari corre o risco de apagar-se com o tempo, pois seus últimos contemporâneos estão passando. A cidade ainda não tem sequer uma rua com o nome de Latronico , para registrar, pelos menos, esse referencial de sua história, senão uma antiga e abstrata Rua dos Italianos , único registro da importância cultural dos italianos sobre a vida da famosa estância hidro-mineral. Justiça feita a alguns lambarienses heróicos, que hoje tentam reunir informações e registros fotográficos sobre os primórdios da cidade, o fato é que são poucas as anotações históricas organizadas e divulgadas. Resgatar um pouco dessa memória deve ser um compromisso de todos aqueles que, de fato, possam dizer Lambari, Como Eu Gosto de Você ! ...
Comentários
Tenho orgulho de ser brasileiro, mas muito mais ainda de ser também um italiano descendente!
Essas pessoas merecem todo nosso respeito e honra! Eu juro honrar o nome do meu Bisnôno e farei minha cidadania ainda este ano lá em Latrônico! Em nome de Jesus!!!
dutra2008@hotmail.com